quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Religião e crack

Segundo o dr. Ronaldo Laranjeira, em sua palestra: "psiquiatria e violência; custo social do abuso de substâncias", fica claro que na difícil luta contra o crack, temos pouco a esperar da farmacologia, mas muito devemos a medidas de cunho social, nossa maior esperança nessa área. Medidas como a lei seca de Diadema, que fecha os bares à noite, conseguiu por si só uma redução de 80% nos índices de homicídio. Mas ele reconhece mesmo o papel da religião como fator de proteção contra a violência. Considera a religião como um aliado poderoso na luta contra as drogas, setor em que pouco podemos esperar da medicina isoladamente.

Provas da existência de Deus: 002

O argumento do raciocínio cartesiano:

Penso, logo existo.
Deus pensa mais e melhor do que eu.
Tudo o que Ele faz acaba saindo melhor do que o que eu fiz
Portanto, Deus existe.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Notícias do Congresso Brasileiro de Psiquiatria

Com certeza o ponto alto deste primeiro dia de congresso foi a conferência do Dr. Ivo Pitanguy sobre "aspectos filosóficos e psicossociais em cirurgia plástica".
O pitoresco foi a exibição comparativa de duas fotos de Arnold Schwazeneger, nos tempos de mister universo e do atual governador da Califórnia, que serviu de base para a discussão de um problema ainda não catalogado pelo código internacional de doenças (CID), a vigorexia. Trata-se de algo comum nas academias: pessoas com obsessão pela forma física, escravos de exercícios, eternamente insatisfeitos com o resultado deles e sua auto-imagem. O cara está muito feio, parece um gordo deformado por massa muscular excessiva. Vale uma pesquisa da foto no google, quem achar me passa o link que vale a pena comentar com vocês o que se discutiu por aqui.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Prece da Serenidade

Uma prece singela de imensa sabedoria e bom-senso. Atribuída a São Francisco de Assis, se tornou o lema principal que norteia a filosofia dos Alcoólicos Anônimos. O primeiro dos 12 passos na cura do alcoolismo é o reconhecimento do poder do àlcool sobre o dependente, algo que ele não pode mudar. O que é diferente de dizer que não haja nada a ser feito. Ilustra o que penso, que tanto a medicina, como a filosofia e a religião, todas podem caminhar juntas em busca do bem-estar, do equilíbrio e da saúde.

"Deus, me conceda a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,
 a coragem para mudar as coisas que eu posso mudar,
 e a sabedoria para distinguir uma coisa da outra."


O amor ao conhecimento

Filosofia, etimológicamente vem de: amor (philo) ao conhecimento (sofia). A filosofia não possui o conhecimento, isso é atributo das ciências. A filosofia admira o conhecimento. Ela não busca conhecer objetivamente, mas busca um sentido para o mundo, e como nossa vida nele se inscreve. Aqueles que se interrogam sobre a vida e sobre a melhor maneira de conduzi-la não costumam ser indiferentes às questões filosóficas.
Sem contar a antiguidade grega, em todas as civilizações que conhecemos, as religiões ocupavam o lugar da filosofia. Detinham o monopólio das respostas para as perguntas sobre a salvação, dos discursos destinados a acalmar as angústias provenientes do sentimento de mortalidade. Era na proteção dos deuses que os homens buscavam segurança. Mas alguns procuraram na razão respostas para o alívio de seus medos. Por que isso, o nascimento da filosofia, se deu na Grécia? Talvez porque, em sua tradição de democracia, os cidadãos estivessem, em suas assembléias, mais habituados à discussão, à argumentação, e ao uso do bom-senso no convencimento de suas idéias, que não fosse por meio de dogmas, ou imposição por autoridade. Não é preciso ser um grego antigo para ter essa postura.
Zenão de Cítio (334-262 a.C.) ensinava sob arcadas, “pórticos” (stoa em grego), daí a origem do termo estóico, escola da qual é considerado fundador. Sabendo que os homens não são autores ou inventores do universo, convida-os a apreciar a estrutura ordenada do mesmo, sua harmonia ou “cosmos” (daí deriva “cosmético”). Sugeria um esforço para reconhecer o essencial do mundo, aquilo que é mais importante, real ou significativo, através da observação e do estudo. Assim, do ponto de vista estóico, o cosmos é, com exceção de alguns episódios acidentais e transitórios (como as monstruosidades e as catástrofes), essencialmente harmonioso. A felicidade consistiria, para a vida humana, em encontrar seu lugar na ordem cósmica.

domingo, 24 de outubro de 2010

Congresso Brasileiro de Psiquiatria

No momento estou em Fortaleza, exercendo o sacrifício epicurista das praias, cervejas e bares. Aproveito para reforçar a campanha contra a prostituição infantil, abominação aos olhos do Senhor. Sabemos que prostituição é coisa muito séria para se deixar ao cuidado de crianças. Mas pelo que estou podendo observar, parece que aqui nesta parte o povo não liga muito para estas coisas. Ao retornar, levarei as novidades da psiquiatria atual para os pacientes que ainda me restam... 

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Provas da existência de Deus: 000

Tenho sido vítima de intensos ataques difamatórios, acusando-me de ateísmo e outros absurdos que não sou. Isso me incentivou a divulgar alguns argumentos que normalmente costumo evitar, para não ser taxado de fanático militante.
Estão disponíveis no link: http://www.godlessgeeks.com/LINKS/GodProof.htm  algumas maravilhosas provas da existência de Deus. Caso seja de interesse, podemos incluí-las em futuros tópicos neste blog.

Corruptores da Felicidade


Nosso pensamento guarda a estranha capacidade de nos fazer viajar para dimensões irreais. Através da abstração, somos capazes de pensar nos tempos passados e futuros. Mas eles não existem de verdade, o passado não existe mais e o futuro não existe ainda. Não passam de miragens traiçoeiras e assassinas, ímas que atraem infelicidades. O passado nos lembra o que poderia ter sido melhor, o que poderia ter sido diferente, nos arrasta para a nostalgia, a culpa, o arrependimento. Ou pode nos assombrar, como as recordações dos “paraísos perdidos”, felicidades que não estão mais presentes, saudades de entes queridos que se foram (em geral, idealizados após a morte), momentos perfeitos que pertencem à esfera do “não voltam mais”, “nunca mais”. O passado não voltará, nem pode ser mudado, mas pode ser paralisante. Conheço pessoas que param numa determinada fase da vida, incapazes de seguir em frente, se lamentando de injustiças sofridas ou fixadas a períodos de felicidade passados. São anacronias vivas, vestem roupas de outras épocas, ouvem músicas do “seu” tempo, ficam cada vez mais desligadas de seu entorno.
O futuro também não existe, não adianta viver na fantasia dos projetos daquilo que poderá vir a ser, pois sempre poderia ser melhor. Existem outras pessoas que deixam de viver o presente, se guardando para um futuro que não chegará nunca. Não se vive entre lembranças e projetos, só o que nos compete é viver o hoje (será que ele está sendo bem aproveitado?). Dois exemplos de tempo desperdiçado, de “morte” interior. E o tempo é nossa maior preciosidade, está contado, correndo, e não vai voltar. Somos capazes de usar nosso discernimento para percebermos estas verdadeiras armadilhas do pensamento, para então tomarmos atitudes que melhorem nossa capacidade de nos sentirmos bem. É possível viver melhor o hoje, sem lamentar pela felicidade perdida ou esperada. O que se tem é o presente, o agora. É aquele no qual se pode viver e ser feliz, a única instância real, a oportunidade de sentir prazer ou bem-estar.

domingo, 17 de outubro de 2010

Pacientes que não tive 08: Inri Cristo

Inri Cristo reencarnou no dia 22/03/48, em Indaial, Santa Catarina, com a ajuda de uma parteira e pais biológicos não revelados. Desde a infância foi acompanhado por uma voz em sua cabeça, lhe orientando pela dura e incompreendida vida à qual havia sido destinado. Aos 33 anos, após jejuar por vários dias no Chile, teve a revelação de sua verdadeira identidade pela “voz”. Fundou a SOUST (Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade), em obediência a seu Pai, Senhor e Deus. Desde então se dedica a divulgar suas verdades e lutar contra aquela que se tornou a “meretriz do apocalipse”, a Igreja Católica, declarada proscrita pelo Altíssimo em 28/12/82, resgatando os puros ensinamentos deixados pelo Filho do Homem antes de ser crucificado. No histórico domingo de 28/02/82, após reunião com mais de dez mil seguidores na Praça Dom Pedro II, seguiu em procissão até a Catedral Metropolitana de Belém do Pará, onde interrompeu a farsa chamada missa e expulsou os sacerdotes bradando: "Saiam daqui, ladrões mentirosos, adoradores de ídolos, vendilhões de falsos sacramentos, eu sou Cristo!". Ato contínuo subiu no altar e praticou o gesto libertário: arrancou a estátua da cruz e quebrou-a ante o olhar estupefato dos presentes que exclamavam: "Cristo! Cristo! Cristo!". Mostrou através deste ato não ser um bonequinho pregado na cruz, mas o Cristo vivo, de carne e osso.Isso motivou sua prisão por 15 dias, e uma avaliação por uma junta psiquiátrica que se reconheceu incompetente para avaliar a sua sanidade mental.
Desde então, Inri Cristo tem viajado pelo mundo, cercado de polêmica e incredulidade, divulgando a palavra do Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Foi expulso dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França. De volta ao Brasil, após anos de processo por falsidade ideológica, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná reconheceu o seu direito de usar o nome Inri Cristo junto a seu nome de batismo em todos os seus documentos.Lembro-me bem como fiquei impressionado ao ver uma entrevista com seus discípulos. Ao ser perguntado por que acreditava que ele realmente é a reencarnação do Cristo, seu seguidor prontamente respondeu: “eu não acredito, eu sei!”
Como o Cristo original, ele tem sido criticado, humilhado, ridicularizado em praça pública. Diga-se dele o que se quizer, jamais se poderá dizer que ele não é um personagem pitoresco, um grande pensador e sobretudo um grande democrata.
Sugiro uma visita a seu site oficial: http://www.inricristo.org.br/index.php/pt/home

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Salvação sem Deus

De maneira diferente das ostras, das plantas e dos insetos, os homens sabem de sua mortalidade, de que estão com os dias contados, que morrerão, que serão separados daqueles a quem amam. Pode-se viver sem pensar nisso, que parece muito mórbido, doentio. Acontece que, cedo ou tarde, todos serão obrigados a lidar com tão desagradáveis fatos. É inevitável, eu garanto. A existência terrestre, pode se mostrar frustrante ou pelo menos inquietante. A consciência da morte, em alguns, gera interrogações intensas. Esse tema tem sido levantado pela filosofia de maneira constante. Montaigne dizia que “filosofar é aprender a morrer”. Spinoza, que “o sábio morre menos que o tolo”. Kant pensava sobre “o que nos é permitido esperar”. Pensar pode gerar angústias paralisantes. Imagino que os animais, as plantas e os tolos não passem por isso. Alguns aceitam as promessas de determinadas religiões e se tranqüilizam que serão “salvos”. Para estes, as dúvidas podem ser vistas como ruins, uma vez que os afasta da fé, da crença, da certeza. Outros duvidam dessas promessas, sentem que o irreparável não é uma ilusão, se interrogam sobre como seria a melhor forma de ocupar o tempo limitado a que nos cabe. A mesma capacidade de pensar que gera o desconforto pode, por outro lado ajudar a vencer medos paralisantes. Aqueles que não se satisfazem com as respostas das religiões, às vezes encontram grande satisfação e elementos para vencer medos, uma vida mais satisfatória e gratificante, com mais alegria, pelo próprio pensamento, pela razão, por si mesmo, pelo bom-senso, buscando uma vida boa fora dos dogmas e regras das religiões. Não dependente de um outro externo, mas de si mesmo. Esse pode ser um papel da filosofia, uma “salvação sem Deus”. Estes são elementos epicuristas, como já disse, estão no centro da “Medicina da Alma”.

“Um tolo não vê a mesma árvore que um sábio vê.” William Blake (1757-1827)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Medicina da Alma

É da natureza da ciência, não só permitir, como estimular, sua própria revisão pelo pensamento crítico e livre. Teorias científicas quando se revelam falsas, caem em desuso e são substituídas por outras mais consistentes. De maneira diferente, as filosofias do passado não se tornam “ultrapassadas” ou “superadas”. Nesse sentido, a história da filosofia se aproxima mais com a das artes do que com a das ciências. Assim, não faz sentido dizer que uma obra de Van Gogh é “mais bonita”, ou “mais avançada” do que uma pintura de Michelâgelo, pois são formas de expressão distintas. Da mesma forma, não há como dizer que as reflexões de Kant ou Nietzsche são “superiores” (nem “inferiores”) àquelas de Platão ou Buda; nelas existem proposições de vida, atitudes em face da existência, que mesmo com o passar do tempo, não se tornam obsoletas, e continuam nos falando com propriedade.
O estudo da filosofia nos traz compreensão e conhecimento do mundo, de nós e dos outros, podem ajudar-nos a viver melhor diante de medos que paralisam a vida. É possível dar ouvidos a filosofias antigas, sem senti-las ultrapassadas, pois continua havendo nelas algo que nos fala.
Epicuro de Samos (341-271 a.C.), filósofo grego do período helenístico, viveu uma vida atormentada pela dor física, possívelmente sofria de cálculos renais, o que, com certeza contribuiu na construção de seu pensamento. Elaborou uma filosofia culo objetivo último era melhorar a vida, atingir a felicidade, sem recorrer a qualquer método ou entidade sobrenatural, baseada apenas no bom senso e racionalidade crítica. Sobre ele começarei a escrever agora, bem como sobre seu método, que deu nome a este blog, pois ele o chamava de “Medicina da Alma”.

"A morte é uma quimera: porque enquanto eu existo, não existe a morte; e quando existe a morte, já não existo."

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Higiene do Sono

Mais da metade da população apresenta distúrbios do sono, no mínimo intermitentes. Cerca de 20% dos adultos relatam perturbações crônicas do sono, índice que se eleva para 80% dos pacientes psiquiátricos. Há dois tipos mais comuns de insônia: as situacionais, que atingem pessoas que passam por dificuldades ocasionais, como seqüestro ou assalto; ou aqueles que sofrem de doenças psicofisiológicas mais graves, como depressão ou ansiedade. Também atormenta trabalhadores com turnos alternados (médicos psiquiatras em plantões noturnos) e pilotos de avião que mudam frequentemente de fusos horários, não conseguindo criar uma rotina para o sono. Antes de fazer uso de medicamentos para dormir, medidas simples podem melhorar, e muito, a qualidade do sono. Constituem a higiene do sono.
Dormir apenas o tempo suficiente para se sentir bem. Nunca ficar na cama mais do que o necessário, o que pode fragmentar o sono da noite seguinte. À noite, não tomar café, chá preto, bebidas tipo cola, guaraná ou álcool. Este, embora pareça induzir o sono, piora sua qualidade, usualmente com despertar precoce. Nunca ler ou assistir TV na cama, faça-o em outro lugar e só vá para a cama a fim de dormir. Estabeleça horários regulares para acordar, não cochile durante o dia. Tenha um jantar leve, não durma após refeições pesadas, nem com fome. Não faça exercícios vigorosos à noite. Não “brigue” com a cama, se não conseguir dormir, levante e faça algo enfadonho, como ler um blog entediante.
Lembre-se: remédios para dormir costumam gerar dependência.