sexta-feira, 25 de março de 2011
Freud finalmente psicografado.
Foto tirada durante noite de autógrafos, no lançamento da biografia psicografada (embora não autorizada) de Sigmund Freud. Como se pode ver, o espírito do grande mestre se materializou em meio a ofuscantes névoas de ectoplasma, claramente observáveis ao redor de sua barba, atestando a veracidade deste importante documento (clique na foto para ver os impressionantes detalhes). Infelizmente nem todos estão prontos para aceitar o fato científico de que a morte não existe. Estudem, evoluam, Leiam Kardec.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Mais da metade dos bipolares não recebe tratamento
Transtorno já atinge 2,4% da população mundial, indica mapeamento feito em 11 países, Brasil incluído.Problema mental é mais incapacitante que doença de Alzheimer e câncer, alertam os autores do trabalho.
Mapeamento mundial sobre transtorno bipolar mostra que menos da metade dos doentes recebe tratamento. A pesquisa avaliou mais de 60 mil pessoas em 11 países como Brasil, EUA e China, das quais 2,4% apresentavam o transtorno. O resultado foi publicado no "Archives of General Psychiatry".
Os pesquisadores escolheram amostras aleatórias em suas regiões e fizeram entrevistas com base em critérios da Organização Mundial da Saúde para o diagnóstico. O transtorno bipolar é caracterizado por oscilações de humor entre euforia (ou mania) e depressão. Pode causar irritabilidade, agressividade e ideias suicidas.
Apesar da gravidade dos sintomas, só 42,7% das pessoas diagnosticadas no mapeamento estavam sendo tratadas por um especialista. No grupo de países que incluía o Brasil, esse índice era ainda menor: 33,9%. "A pessoa não tem acesso ao sistema de saúde, ou acha que os sintomas são resultado do uso de drogas", diz a psiquiatra Laura Helena de Andrade, coordenadora de epidemiologia do Instituto de Psiquiatria da USP e responsável pela coleta de dados na Grande São Paulo. Segundo ela, é comum um bipolar receber diagnóstico de depressão, porque a manifestação de euforia pode ser mais leve. "E é muito mais comum a pessoa só ir buscar tratar a depressão, porque ela incomoda mais. Mas, se o médico ministrar antidepressivos, pode desencadear episódios de mania, com aumento da irritabilidade", diz.
Segundo o estudo, esse transtorno é mais incapacitante do que cada um dos tipos de câncer, e mais até que Alzheimer. Bipolares sofrem por mais anos com os prejuízos do transtorno, em comparação aos outros doentes. O dado foi extraído de um relatório da OMS segundo o qual a bipolaridade representa 0,9% das doenças incapacitantes, logo à frente do Alzheimer, com 0,8%.
"A pessoa já começa a ter problemas na adolescência ou no começo da vida adulta e, ao longo do tempo, vai perdendo habilidades como capacidade de raciocínio, memória e concentração", diz o psiquiatra Ricardo Moreno, que coordena o programa de transtornos afetivos do Instituto de Psiquiatria.
O psiquiatra Eduardo Tischer, da Unifesp, acrescenta: "A doença é crônica, e leva meses para que o paciente consiga se restabelecer. Enquanto isso, ele sofre prejuízos no trabalho e suas relações familiares pioram". O não tratamento só piora os sintomas. "A pessoa tem mais chances de recorrer a drogas, álcool e de cometer suicídio", afirma Tischer.
Mapeamento mundial sobre transtorno bipolar mostra que menos da metade dos doentes recebe tratamento. A pesquisa avaliou mais de 60 mil pessoas em 11 países como Brasil, EUA e China, das quais 2,4% apresentavam o transtorno. O resultado foi publicado no "Archives of General Psychiatry".
Os pesquisadores escolheram amostras aleatórias em suas regiões e fizeram entrevistas com base em critérios da Organização Mundial da Saúde para o diagnóstico. O transtorno bipolar é caracterizado por oscilações de humor entre euforia (ou mania) e depressão. Pode causar irritabilidade, agressividade e ideias suicidas.
Apesar da gravidade dos sintomas, só 42,7% das pessoas diagnosticadas no mapeamento estavam sendo tratadas por um especialista. No grupo de países que incluía o Brasil, esse índice era ainda menor: 33,9%. "A pessoa não tem acesso ao sistema de saúde, ou acha que os sintomas são resultado do uso de drogas", diz a psiquiatra Laura Helena de Andrade, coordenadora de epidemiologia do Instituto de Psiquiatria da USP e responsável pela coleta de dados na Grande São Paulo. Segundo ela, é comum um bipolar receber diagnóstico de depressão, porque a manifestação de euforia pode ser mais leve. "E é muito mais comum a pessoa só ir buscar tratar a depressão, porque ela incomoda mais. Mas, se o médico ministrar antidepressivos, pode desencadear episódios de mania, com aumento da irritabilidade", diz.
Segundo o estudo, esse transtorno é mais incapacitante do que cada um dos tipos de câncer, e mais até que Alzheimer. Bipolares sofrem por mais anos com os prejuízos do transtorno, em comparação aos outros doentes. O dado foi extraído de um relatório da OMS segundo o qual a bipolaridade representa 0,9% das doenças incapacitantes, logo à frente do Alzheimer, com 0,8%.
"A pessoa já começa a ter problemas na adolescência ou no começo da vida adulta e, ao longo do tempo, vai perdendo habilidades como capacidade de raciocínio, memória e concentração", diz o psiquiatra Ricardo Moreno, que coordena o programa de transtornos afetivos do Instituto de Psiquiatria.
O psiquiatra Eduardo Tischer, da Unifesp, acrescenta: "A doença é crônica, e leva meses para que o paciente consiga se restabelecer. Enquanto isso, ele sofre prejuízos no trabalho e suas relações familiares pioram". O não tratamento só piora os sintomas. "A pessoa tem mais chances de recorrer a drogas, álcool e de cometer suicídio", afirma Tischer.
GUILHERME GENESTRETI, na Folha, ontem: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd2303201102.htm
terça-feira, 15 de março de 2011
Ahmadinejad e os homossexuais- 2
Não consigo deixar de comentar. Me lembrou que há mais de um ano, escrevi sobre a postura do presidente do Irã com relação aos homossexuais. Em entrevista à Folha, publicada ontem, Ali Akbar Javanfekr, 51 anos, chefe de imprensa do governo do Irã, bacharelado em mídia, com mestrado em administração, coordenador de comunicação do governo iraniano, conselheiro sênior e representante do presidente Mahmud Ahmadinejad, disse que a distribuição de 90 milhões de preservativos pelo governo brasileiro no carnaval foi algo “muito feio”e “contrário à saúde da humanidade”. Será possível que ele acredite nas próprias palavras? Se ele é capaz de declarar isso em público, imagino do que seria capaz na intimidade. Vale a pena ler esse trecho da entrevista...
Folha:É verdade, como diz o presidente Ahmadinejad, que não há gays no Irã?
Akbar:Não temos.
Folha:É o único país do mundo que não tem gay?
Akbar:Na República Islâmica do Irã, não há.
Folha:Se houver, há punições?
Akbar: Nossa visão sobre esse tema é diferente da de vocês. É um ato feio, que nenhuma das religiões divinas aceita. Temos a responsabilidade humana, até divina, de não aceitar esse tipo de comportamento. Existe uma ameaça sobre a saúde da humanidade. A Aids, por exemplo. Uma das raízes é esse tipo de relacionamento.
Folha: A Aids é uma punição divina aos gays?
Akbar: Não creio nisso. Mas vi que no Carnaval [do Brasil] foram distribuídos 90 milhões de preservativos, e isso é muito feio. Não é a favor da saúde da humanidade.
Na íntegra:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1403201123.htm
Folha:É verdade, como diz o presidente Ahmadinejad, que não há gays no Irã?
Akbar:Não temos.
Folha:É o único país do mundo que não tem gay?
Akbar:Na República Islâmica do Irã, não há.
Folha:Se houver, há punições?
Akbar: Nossa visão sobre esse tema é diferente da de vocês. É um ato feio, que nenhuma das religiões divinas aceita. Temos a responsabilidade humana, até divina, de não aceitar esse tipo de comportamento. Existe uma ameaça sobre a saúde da humanidade. A Aids, por exemplo. Uma das raízes é esse tipo de relacionamento.
Folha: A Aids é uma punição divina aos gays?
Akbar: Não creio nisso. Mas vi que no Carnaval [do Brasil] foram distribuídos 90 milhões de preservativos, e isso é muito feio. Não é a favor da saúde da humanidade.
Na íntegra:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1403201123.htm
quinta-feira, 10 de março de 2011
Sobre depressão
Site interessante, com informações confiáveis sobre depressão e outros tópicos de saúde mental:
http://www.apsen.com.br/depressao/index.php?modulo=oquee
http://www.apsen.com.br/depressao/index.php?modulo=oquee
quinta-feira, 3 de março de 2011
Psicoterapeuta fica nua para clientes
A pisicoterapeuta americana Sarah White diz ter encontrado uma maneira bastante insólita para fazer com que seus pacientes se abram com mais facilidade no divã. Sarah tira a roupa, em uma prática que ela batizou de "terapia nua".
Ela cobra US$ 150 pela primeira sessão, feita pela internet. Depois de estabelecer um contato inicial com o paciente, passa a recebê-lo pessoalmente em seu consultório em Nova York. As consultas feitas ao vivo são mais caras: segundo reportagem publicada no diário eletrônico "The Daily", cada encontro com Sarah sai por US$ 450.
Será que a moda pega?
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/02/787781-terapeuta+tira+roupa+para+deixar+paciente+tranquilo.html
quarta-feira, 2 de março de 2011
Ciclistas atropelados: crime, maldade ou doença?
Em 1999, o então estudante do sexto ano de medicina da Santa Casa, Mateus da Costa Meira, disparou uma metralhadora sobre a platéia do cinema do Shopping Morumbi, ferindo 4 pessoas e matando outras três. Na penitenciária Lemos Brito, em Salvador, anos depois, tentou matar um colega de cela. Seus advogados de defesa alegaram insanidade mental.
Em janeiro, o jornalista português Carlos Castro, foi espancado, desfigurado, castrado e morto por seu suposto amante, o modelo Renato Seabra, de 21 anos, num quarto de hotel em Nova York. Depois de confessar o assassinato, ele encontra-se internado no Hospital Bellevue, na condição de paciente com “perturbação mental”.
Na semana passada, o bancário José Neis avançou seu carro sobre ciclistas em Porto Alegre, atropelando quinze pessoas. Oito estão hospitalizadas. Depois de se apresentar à polícia, internou-se numa clínica psiquiátrica para “se tratar”.
Diante de horrores assim, a sociedade, incapaz de explicá-los, tem a tendência de considerá-los comportamentos “doentios”. Afinal, não é aceitável que uma pessoa “normal” os cometa. Existe um movimento de medicalizar, “psiquiatrizar” o mal. Ao considerar o crime como manifestação de doença, de alguma forma parece que isentamos o “paciente” de sua parcela de responsabilidade no ato criminoso. Ninguém adoece porque quer, certo? Ao afirmar que o assassino de ontem é o doente de hoje, a psiquiatria flerta com a possibilidade de cura no amanhã, quem sabe, para alegria da industria farmacêutica. É uma grande ousadia da ciência, que parece querer responder uma questão eminentemente teológica: como conciliar a existência de Deus com o mal no mundo? Fácil assim: basta recorrer ao CID (Código Internacional de Doenças), no capítulo de Psiquiatria.
Em janeiro, o jornalista português Carlos Castro, foi espancado, desfigurado, castrado e morto por seu suposto amante, o modelo Renato Seabra, de 21 anos, num quarto de hotel em Nova York. Depois de confessar o assassinato, ele encontra-se internado no Hospital Bellevue, na condição de paciente com “perturbação mental”.
Na semana passada, o bancário José Neis avançou seu carro sobre ciclistas em Porto Alegre, atropelando quinze pessoas. Oito estão hospitalizadas. Depois de se apresentar à polícia, internou-se numa clínica psiquiátrica para “se tratar”.
Diante de horrores assim, a sociedade, incapaz de explicá-los, tem a tendência de considerá-los comportamentos “doentios”. Afinal, não é aceitável que uma pessoa “normal” os cometa. Existe um movimento de medicalizar, “psiquiatrizar” o mal. Ao considerar o crime como manifestação de doença, de alguma forma parece que isentamos o “paciente” de sua parcela de responsabilidade no ato criminoso. Ninguém adoece porque quer, certo? Ao afirmar que o assassino de ontem é o doente de hoje, a psiquiatria flerta com a possibilidade de cura no amanhã, quem sabe, para alegria da industria farmacêutica. É uma grande ousadia da ciência, que parece querer responder uma questão eminentemente teológica: como conciliar a existência de Deus com o mal no mundo? Fácil assim: basta recorrer ao CID (Código Internacional de Doenças), no capítulo de Psiquiatria.
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