sexta-feira, 24 de junho de 2016

A surpreendente estória da SN-1054






Na noite de 04 de julho do ano de 1054, os astrônomos estavam observando o céu como faziam há milênios, quando algo extraordinário aconteceu na constelação de Touro. Uma luz extremamente brilhante começou a emergir da ponta do chifre do touro, superando tudo o mais no firmamento, infinitamente mais brilhante até mesmo que Vênus, e aumentando de intensidade a cada momento.

Era um evento magnífico, a "explosão" de uma estrela, chamada Supernova. Sabemos a data exata porque astrônomos àrabes em muitos países a viram e fizeram registros. Coincidem com registros chineses extremamente precisos da chamada "estrela visitante". Índios do Arizona também a viram e ficaram maravilhados. Nativos do Pacífico Sul registraram o milagre. E quando o dia raiou, a Nova Estrela estava tão brilhante, que podia ser vista ao mesmo tempo que o Sol, que não estava muito distante, em Câncer.

Por 23 dias, os astrônomos de Catai e da Arábia nos informam, esta Nova Estrela dominou o céu, quase tão brilhante quanto o Sol, o mais incandescente evento registrado na história dos céus. Nenhuma outra nova jamais chegou perto desta. Foram 23 dias incomparáveis, quando observadores do mundo inteiro ficaram aturdidos com aquele milagre. Seu brilho desafiava o Sol e dominava o céu noturno, como um farol radiante. Os dias tinham uma estrela brilhando em competição com o Sol, e as noites não escureciam, pois a Nova se incumbia de iluminá-las. E então, numa noite, a nova grande estrela diminuiu, desvanecendo-se com uma rapidez mais vertiginosa do que surgira, até que Touro voltou a aparecer como antes, por mil anos, conforme continuaria a parecer por mais mil anos.

Esta grande estrela, que deve ter sido a visão mais extraordinária na história do firmamento, durante a observação da humanidade, foi notada na China, Arábia, Alasca, Arizona e Pacífico Sul, pois temos registros que o comprovam. Mas ninguém viu na Itália. Da Itália a Moscou, dos Urais à Irlanda, ninguém viu. Ou, pelo menos não fizeram qualquer referência. Viveram através de um dos espetáculos mais magníficos da Terra e ninguém se deu ao trabalho sequer de registrar o fato em algum pergaminho, ou especular a respeito, num manuscrito.

Sabemos que o evento ocorreu, pois hoje, com um telescópio, podemos observar os remanescentes da Supernova, que são atualmente chamados de Nebulosa do Caranguejo. Mas vasculhamos todas as bibliotecas do mundo ocidental, sem encontrar qualquer vestígio de evidência de que as pessoas doutas da Europa se deram sequer ao trabalho de notar o que estava acontecendo ao redor.


Uma era é chamada idade das trevas, não porque a luz deixe de brilhar, mas porque as pessoas se recusam a vê-la.