Na noite de 04 de julho do ano de 1054, os astrônomos estavam observando o céu como faziam há milênios, quando algo extraordinário aconteceu na constelação de Touro. Uma luz extremamente brilhante começou a emergir da ponta do chifre do touro, superando tudo o mais no firmamento, infinitamente mais brilhante até mesmo que Vênus, e aumentando de intensidade a cada momento.
Era um evento magnífico, a "explosão" de uma estrela, chamada Supernova. Sabemos a data
exata porque astrônomos àrabes em muitos países a viram e fizeram registros.
Coincidem com registros chineses extremamente precisos da chamada "estrela
visitante". Índios do Arizona também a viram e ficaram maravilhados.
Nativos do Pacífico Sul registraram o milagre. E quando o dia raiou, a Nova
Estrela estava tão brilhante, que podia ser vista ao mesmo tempo que o Sol, que
não estava muito distante, em Câncer.
Por 23 dias, os astrônomos de Catai e da Arábia nos
informam, esta Nova Estrela dominou o céu, quase tão brilhante quanto o Sol, o
mais incandescente evento registrado na história dos céus. Nenhuma outra nova
jamais chegou perto desta. Foram 23 dias incomparáveis, quando observadores do
mundo inteiro ficaram aturdidos com aquele milagre. Seu brilho desafiava o Sol
e dominava o céu noturno, como um farol radiante. Os dias tinham uma estrela
brilhando em competição com o Sol, e as noites não escureciam, pois a Nova se
incumbia de iluminá-las. E então, numa noite, a nova grande estrela diminuiu,
desvanecendo-se com uma rapidez mais vertiginosa do que surgira, até que Touro
voltou a aparecer como antes, por mil anos, conforme continuaria a parecer por
mais mil anos.
Esta grande estrela, que deve ter sido a visão mais
extraordinária na história do firmamento, durante a observação da humanidade,
foi notada na China, Arábia, Alasca, Arizona e Pacífico Sul, pois temos
registros que o comprovam. Mas ninguém viu na Itália. Da Itália a Moscou, dos
Urais à Irlanda, ninguém viu. Ou, pelo menos não fizeram qualquer referência.
Viveram através de um dos espetáculos mais magníficos da Terra e ninguém se deu
ao trabalho sequer de registrar o fato em algum pergaminho, ou especular a
respeito, num manuscrito.
Sabemos que o evento ocorreu, pois hoje, com um telescópio,
podemos observar os remanescentes da Supernova, que são atualmente chamados de
Nebulosa do Caranguejo. Mas vasculhamos todas as bibliotecas do mundo
ocidental, sem encontrar qualquer vestígio de evidência de que as pessoas
doutas da Europa se deram sequer ao trabalho de notar o que estava acontecendo
ao redor.
Uma era é chamada idade das trevas, não porque a luz deixe
de brilhar, mas porque as pessoas se recusam a vê-la.