O álcool que traz infelicidade para o alcoólatra é o mesmo que traz descontração para outros, a diferença não está na bebida em si, mas na relação que o bebedor estabelece com ela. Comida, bebida, trabalho, amizades, sexo. As mesmas coisas que fazem a felicidade de uns, causam a ruína de outros. Tudo, absolutamente tudo na vida tem variações e conseqüências, ou “efeitos colaterais”. Isso não é exclusividade de medicamentos. O mesmo remédio que beneficia um, prejudica outro. Cabe avaliar cada caso individualmente, pesando na balança prós e contras. Aí está o risco da automedicação, tão comum em nosso meio. É onde deve entrar o conhecimento e experiência do especialista. Antidepressivos possuem efeitos colaterais importantes, mas que podem ser benéficos de acordo com a situação. O ganho de peso pode ser bom na anorexia. A sonolência ajuda quem sofre de insônia. Retardar a ejaculação pode ser útil ao ansioso, os exemplos são inúmeros. Em mãos competentes, os antidepressivos podem ser de extrema validade.Assim, foi com estranheza que li recente manchete da Folha de São Paulo:
“Médicos desprezam os efeitos colaterais de antidepressivos”
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd2604201001.htm
Leitura de interesse para muitos pacientes
quarta-feira, 28 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Estresse, ansiedade e depressão: uma epidemia.
Existem explicações baseadas na evolução do homem que explicam a ocorrência desses fenômenos em proporções epidêmicas na atualidade. Podem surgir novidades no tratamento.
Veja o artigo de Marcelo Leite, publicado ontem na Folha de São Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2504201004.htm
Veja o artigo de Marcelo Leite, publicado ontem na Folha de São Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2504201004.htm
sábado, 24 de abril de 2010
A queda do homem
No princípio estava o homem feliz no centro da criação. Em harmonia com a natureza, colhendo frutos e mel. Sabia o homem o que era certo e se desviava do mal. Temia a Deus. E isso era bom. Mas derrotas humilhantes se anunciavam, prestes a ser impostas ao Ego humano.
De andar pelo mundo, chegou Galilleu, assecla de Copérnico. E tirou a terra do centro do universo, pondo ali o sol. Ensinou que nossas impressões do mundo sensível são subjetivas e enganosas. Acabou de vez com a ilusão da certeza. Descobriu o homem que não estava no centro, nem do sistema solar, menos ainda da Via Láctea. E isso foi mal. Homens piedosos lançaram às chamas homens hereges a fim de conter os protestos dos tementes a Deus.
Darwin, fracassando em ser clérigo ou médico, vingou-se da humanidade, demonstrando que o homem não é um ente superior, mas apenas um animal entre outros. Não fruto de uma criação especial, mas sim do acaso. Modernos cientistas hoje, baseados em estudos de DNA, proclamam que os chimpanzés são mais próximos a nós do que das bestas. A psicologia comportamental substituiu a noção de mente por um conjunto de reflexos condicionados, em nada diferentes dos que determinam a conduta de um cão ou uma lombriga.
Implacávelmente, o rebaixamento do homem continuou. Freud provou que não somos senhores sequer de nossos desejos, pensamentos e atitudes. Que nossa consciência individual não é soberana, mas apenas o resultado da luta de forças inconscientes.
O progresso do conhecimento se deu pela troca de ilusões grandiosas por verdades cada vez mais deprimentes. Uma a uma foram caindo as ilusões narcísicas da humanidade, "uma espécie animal que ousara se proclamar imagem e semelhança de Deus", nas palavras de Freud. Sob este aspecto, a história da ciência é uma história de humildade intelectual progressiva. Invertendo a incoercível tendência do ser humano para fazer de si próprio o umbigo do universo.
"Outra vez me voltei, e vi vaidade debaixo do sol."
Eclesisates 4:7
De andar pelo mundo, chegou Galilleu, assecla de Copérnico. E tirou a terra do centro do universo, pondo ali o sol. Ensinou que nossas impressões do mundo sensível são subjetivas e enganosas. Acabou de vez com a ilusão da certeza. Descobriu o homem que não estava no centro, nem do sistema solar, menos ainda da Via Láctea. E isso foi mal. Homens piedosos lançaram às chamas homens hereges a fim de conter os protestos dos tementes a Deus.
Darwin, fracassando em ser clérigo ou médico, vingou-se da humanidade, demonstrando que o homem não é um ente superior, mas apenas um animal entre outros. Não fruto de uma criação especial, mas sim do acaso. Modernos cientistas hoje, baseados em estudos de DNA, proclamam que os chimpanzés são mais próximos a nós do que das bestas. A psicologia comportamental substituiu a noção de mente por um conjunto de reflexos condicionados, em nada diferentes dos que determinam a conduta de um cão ou uma lombriga.
Implacávelmente, o rebaixamento do homem continuou. Freud provou que não somos senhores sequer de nossos desejos, pensamentos e atitudes. Que nossa consciência individual não é soberana, mas apenas o resultado da luta de forças inconscientes.
O progresso do conhecimento se deu pela troca de ilusões grandiosas por verdades cada vez mais deprimentes. Uma a uma foram caindo as ilusões narcísicas da humanidade, "uma espécie animal que ousara se proclamar imagem e semelhança de Deus", nas palavras de Freud. Sob este aspecto, a história da ciência é uma história de humildade intelectual progressiva. Invertendo a incoercível tendência do ser humano para fazer de si próprio o umbigo do universo.
"Outra vez me voltei, e vi vaidade debaixo do sol."
Eclesisates 4:7
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Sibutramina: emagrecer pode ser perigoso
A sibutramina, um dos remédios para emagrecer mais vendidos no mundo, está proibida na Europa. Segundo a Agência Europeia de Medicamentos, o uso do remédio aumenta consideravelmente o risco do paciente sofrer derrame e enfarte. Nos Estados Unidos, a Agência e Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) também alertou para os riscos de enfarte e derrame. Lá a droga não foi vetada, mas o órgão pediu ao laboratório Abbot, fabricante do medicamento emagrecedor, que intensifique o alerta sobre os riscos do uso da sibutramina.
A sibutramina é um risco para pessoas com antecedentes de transtornos alimentares, como bulimia e anorexia, além de a quem tem pressão alta, problemas hepáticos e cardíacos. O uso de medicamentos para emagrecer pode tanto desencadear um transtorno psíquico em alguém com predisposição para tal quanto piorar um quadro já existente. É verdade que no caso da sibutramina o risco é menor que no das anfetaminas, mas não significa que ele não exista.
Ainda em 2002, o Setor de farmacovigilância do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo (CVS-SP) informou em um alerta terapêutico ter recebido 29 notificações de eventos adversos relacionados a sibutramina. Em 11 deles, os pacientes manifestaram alterações psiquiátricas. A conclusão do CVS foi de reação adversa provavelmente relacionada ao medicamento. O órgão também alertou para o fato de haver poucos trabalhos sobre os efeitos da sibutramina como desencadeadora de transtornos psiquiátricos em indivíduos sadios ou como fator de agravamento desses transtornos em pacientes já diagnosticados como portadores de distúrbios psiquiátricos.
Entre as reações identificadas no alerta do CVS estão: sensação de morte iminente, depressão, ansiedade, agressividade, exaltação do humor, pensamento acelerado, comportamento de risco, agitação, confusão, inquietação, hipomania, alucinações. Distúrbio de conduta: irresponsabilidade, agressividade, irritabilidade, redução do senso crítico. Ansiedade excessiva,sensação de aperto no peito, dificuldade de raciocínio e ansiedade com irritabilidade.
A sibutramina é um risco para pessoas com antecedentes de transtornos alimentares, como bulimia e anorexia, além de a quem tem pressão alta, problemas hepáticos e cardíacos. O uso de medicamentos para emagrecer pode tanto desencadear um transtorno psíquico em alguém com predisposição para tal quanto piorar um quadro já existente. É verdade que no caso da sibutramina o risco é menor que no das anfetaminas, mas não significa que ele não exista.
Ainda em 2002, o Setor de farmacovigilância do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo (CVS-SP) informou em um alerta terapêutico ter recebido 29 notificações de eventos adversos relacionados a sibutramina. Em 11 deles, os pacientes manifestaram alterações psiquiátricas. A conclusão do CVS foi de reação adversa provavelmente relacionada ao medicamento. O órgão também alertou para o fato de haver poucos trabalhos sobre os efeitos da sibutramina como desencadeadora de transtornos psiquiátricos em indivíduos sadios ou como fator de agravamento desses transtornos em pacientes já diagnosticados como portadores de distúrbios psiquiátricos.
Entre as reações identificadas no alerta do CVS estão: sensação de morte iminente, depressão, ansiedade, agressividade, exaltação do humor, pensamento acelerado, comportamento de risco, agitação, confusão, inquietação, hipomania, alucinações. Distúrbio de conduta: irresponsabilidade, agressividade, irritabilidade, redução do senso crítico. Ansiedade excessiva,sensação de aperto no peito, dificuldade de raciocínio e ansiedade com irritabilidade.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Carta contra o preconceito religioso
"Como médico, já me vi obrigado a dialogar e a pedir autorização com antecedência a "bandidos" e traficantes para fazer atendimento domiciliar a pacientes acamados em favelas.
Ao contrário do que a chamada da Folha induz a pensar ao mencionar a Igreja Universal ("Em vídeo, Igreja Universal sugere a pastor negociar com "bandidos", 14/4), não há nisso nada de vergonhoso. Vergonhoso é saber que há décadas existe ali um ponto de venda de drogas, conhecido por todos, onde a autoridade pública competente inexiste. Qualquer indivíduo, entidade assistencial ou igreja que pretenda fazer algum trabalho social nestes locais, infelizmente, deve passar por isso."
MAURICIO FERNANDES LUCIO, médico psiquiatra (São Paulo, SP)
Carta publicada pelo jornal Folha de São Paulo no dia 16/04/10
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1604201010.htm
Ao contrário do que a chamada da Folha induz a pensar ao mencionar a Igreja Universal ("Em vídeo, Igreja Universal sugere a pastor negociar com "bandidos", 14/4), não há nisso nada de vergonhoso. Vergonhoso é saber que há décadas existe ali um ponto de venda de drogas, conhecido por todos, onde a autoridade pública competente inexiste. Qualquer indivíduo, entidade assistencial ou igreja que pretenda fazer algum trabalho social nestes locais, infelizmente, deve passar por isso."
MAURICIO FERNANDES LUCIO, médico psiquiatra (São Paulo, SP)
Carta publicada pelo jornal Folha de São Paulo no dia 16/04/10
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1604201010.htm
terça-feira, 13 de abril de 2010
Depressão é a quinta doença mais comum no Brasil
O Suplemento de Saúde da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008, revela que a depressão é a quinta doença de maior ocorrência no Brasil, atingindo 4,1% das 59,9 milhões de pessoas que se declaram portadora de alguma doença crônica.
As doenças crônicas (identificadas por algum médico ou profissional de saúde) mais informadas foram: hipertensão (14,0%) e doença de coluna ou costas (13,5%), com artrite ou reumatismo (5,7%), bronquite ou asma (5,0%), depressão (4,1%), doença de coração (4,0%) e diabetes (3,6%).
A Organização Mundial de Saúde estima que em pouco mais de 10 anos a depressão será a segunda doença mais comum no mundo, devendo atingir o primeiro lugar no ranking em 2030. Ela também será a maior responsável por mortes prematuras e anos produtivos perdidos dado seu potencial incapacitante.
Fonte: Estadão.com
As doenças crônicas (identificadas por algum médico ou profissional de saúde) mais informadas foram: hipertensão (14,0%) e doença de coluna ou costas (13,5%), com artrite ou reumatismo (5,7%), bronquite ou asma (5,0%), depressão (4,1%), doença de coração (4,0%) e diabetes (3,6%).
A Organização Mundial de Saúde estima que em pouco mais de 10 anos a depressão será a segunda doença mais comum no mundo, devendo atingir o primeiro lugar no ranking em 2030. Ela também será a maior responsável por mortes prematuras e anos produtivos perdidos dado seu potencial incapacitante.
Fonte: Estadão.com
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Medicamentos "Naturais"
Os medicamentos “naturais”, ou fitoterápicos, compostos por, ou extraídos de plantas, apresentam composição imprecisa e cujos princípios ativos ainda não foram isolados e devidamente estudados. Em nosso meio recorrem a um apelo mercadológico tupiniquim que busca uma pretensa, porém enganosa aproximação com a natureza, em oposição à alopatia e à química desenvolvidas, representantes do mundo industrializado. Seu emprego pode ser interpretado como uma prática remanescente da época pré-científica da medicina e da farmacologia. A continuidade e persistência dessa prática decorrem da formação insuficiente e inadequada de alguns profissionais da área de saúde, assim como de desinformação e aculturamento deficiente de uma grande parcela da população consumidora desses produtos. Some-se ao desconhecimento e desinformação, fatores ligados à má fé, a propaganda enganosa, e o aproveitamento de uma população pobre e inculta. Dizer que os fitoterápicos, “se não curam, pelo menos não fazem mal”, é falso e perigoso. Crendices como medicinas “alternativas” ou “complementares” colocam vidas em risco. Quando um tratamento “alternativo” é estudado a ponto de comprovar sua eficácia, ele deixa de ser “alternativo” e passa a ser reconhecido pela medicina. A imensa maioria dos medicamentos atualmente em uso, foi desenvolvida a partir de plantas. A penicilina, descoberta por Alexander Fleming em 1939, foi fruto da observação do comportamento de bactérias e fungos. Seu estudo permitiu a identificação e isolamento do princípio ativo produzido pelo fungo Penicillium notatum, o que garantiu sua produção em larga escala, por processos industriais, que garantem a qualidade e confiabilidade no produto final.
Exemplos de fitoterápicos de uso em larga escala: extrato seco de alcachofra, Gingko biloba, ginseng (Panax ginseng), erva de são João (Hypericum perfuratum), Passiflora incarnata, Capivarol (com gordura de capivara), biotônico Fontoura, e outros compostos macabros.
Fonte: Revista Debates (Psiquiatria hoje) da Associação Brasileira de Psiquiatria, nº6, Nov/Dez 2009
Exemplos de fitoterápicos de uso em larga escala: extrato seco de alcachofra, Gingko biloba, ginseng (Panax ginseng), erva de são João (Hypericum perfuratum), Passiflora incarnata, Capivarol (com gordura de capivara), biotônico Fontoura, e outros compostos macabros.
Fonte: Revista Debates (Psiquiatria hoje) da Associação Brasileira de Psiquiatria, nº6, Nov/Dez 2009
segunda-feira, 5 de abril de 2010
O ateu no armário (provocação filosófica)
Recentemente, um paciente ilustre, por acaso ateu, chamou minha atenção para o fato de lhe ser muito difícil assumir esta condição em público. Fez uma interessante analogia com os homossexuais. Antes considerados criminosos, pecadores ou doentes; hoje são aceitos e respeitados, se não celebrados, tal o sucesso de eventos como a parada gay. Não se pode hoje, sequer expressar uma opinião a eles contrária, sob o risco de ser acusado de discriminação ou homofobia, estes sim crimes previstos, atualmente, em lei. Quando não assume sua condição em público, diz-se que o homossexual ainda está “no armário”.
Pois bem, pesquisas de opinião nos EUA revelam que o acesso à presidência pelo voto popular seria possível para muitas minorias. Poderia ter sido uma mulher, como Hillary Clinton. Ou um negro, como Barack Obama recentemente. Um homossexual, segundo essas pesquisas, seria aceito. Acredito que até um usuário de drogas, lembro que Bill Clinton, com seu tradicional jogo de cintura, afirmou ter fumado, “mas não tragado”, a maconha. Mas alguém que se declarasse ateu, nas urnas sofreria um massacre.
Ele argumenta que muitas pessoas, ao se dizerem católicas, logo em seguida acrescentam um “não praticante”, seja lá o que isso queira dizer. Este ateu que conheço se diz um “Ateu Praticante”, e lamenta dizer que não pode declarar esse fato publicamente, sob risco de ser excluído como uma aberração, um doente ou criminoso . Perderia seu emprego, sua respeitabilidade. Para manter sua posição social, freqüenta a igreja, local no qual descobriu muitas pessoas em situação semelhante. Sente-se obrigado a mentir, assumir uma identidade falsa, fingindo que acredita em coisas que não fazem sentido, para ele.
O maior problema que os homossexuais sempre encontraram, não foi com relação ao que acreditavam, gostavam ou queriam. O maior problema sempre se deu no choque com a opinião dos outros, com as convenções sociais. O mesmo acontece com os ateus, diz este paciente. Para ele, é melhor não “sair do armário”.
Provocação filosófica:
“Os homens não ousam confessar, nem mesmo a seus corações, dúvidas que tem a respeito desse assunto. Eles valorizam a fé implícita; e disfarçam para si mesmos sua real descrença, por meio das afirmações mais convictas e do fanatismo mais positivo.”
David Hume, sobre a religião, no "Tratado da Natureza Humana - Uma Tentativa de Introduzir o Método Experimental de Raciocínio nos Assuntos Morais". Hume foi um filósofo escocês, cético, fundador do empirismo, pioneiro na aplicação do método experimental sobre os fenômenos mentais.
Pois bem, pesquisas de opinião nos EUA revelam que o acesso à presidência pelo voto popular seria possível para muitas minorias. Poderia ter sido uma mulher, como Hillary Clinton. Ou um negro, como Barack Obama recentemente. Um homossexual, segundo essas pesquisas, seria aceito. Acredito que até um usuário de drogas, lembro que Bill Clinton, com seu tradicional jogo de cintura, afirmou ter fumado, “mas não tragado”, a maconha. Mas alguém que se declarasse ateu, nas urnas sofreria um massacre.
Ele argumenta que muitas pessoas, ao se dizerem católicas, logo em seguida acrescentam um “não praticante”, seja lá o que isso queira dizer. Este ateu que conheço se diz um “Ateu Praticante”, e lamenta dizer que não pode declarar esse fato publicamente, sob risco de ser excluído como uma aberração, um doente ou criminoso . Perderia seu emprego, sua respeitabilidade. Para manter sua posição social, freqüenta a igreja, local no qual descobriu muitas pessoas em situação semelhante. Sente-se obrigado a mentir, assumir uma identidade falsa, fingindo que acredita em coisas que não fazem sentido, para ele.
O maior problema que os homossexuais sempre encontraram, não foi com relação ao que acreditavam, gostavam ou queriam. O maior problema sempre se deu no choque com a opinião dos outros, com as convenções sociais. O mesmo acontece com os ateus, diz este paciente. Para ele, é melhor não “sair do armário”.
Provocação filosófica:
“Os homens não ousam confessar, nem mesmo a seus corações, dúvidas que tem a respeito desse assunto. Eles valorizam a fé implícita; e disfarçam para si mesmos sua real descrença, por meio das afirmações mais convictas e do fanatismo mais positivo.”
David Hume, sobre a religião, no "Tratado da Natureza Humana - Uma Tentativa de Introduzir o Método Experimental de Raciocínio nos Assuntos Morais". Hume foi um filósofo escocês, cético, fundador do empirismo, pioneiro na aplicação do método experimental sobre os fenômenos mentais.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
O risco da especialidade
"Foi preciso esperar até o começo do século XX para se presenciar um espectáculo incrível: o da peculiarísssima brutalidade e agressiva estupidez com que se comporta um homem quando sabe muito de uma coisa e ignora todas as demais."
Ortega y Gasset, filóso espanhol em 'O Livro das Missões'
Ortega y Gasset, filóso espanhol em 'O Livro das Missões'
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