segunda-feira, 31 de maio de 2010

Luto

O luto é uma forma de viver a morte em vida, de constatar o limite humano. No luto, a morte torna-se presente e real, partilhamos com outros o fim de um semelhante e toda a emoção que o fato desperta no humano. Mas partilhamos, também, a realidade da vida com outros, estabelecemos vínculos que possibilitam o conhecimento entre as pessoas. A psicologia tem buscado diferenciar o chamado luto normal do luto patológico, doentio. As diferenças entre eles têm sido muito, freqüentemente, motivo de discussões. Muitos autores têm dificuldade em discriminar o momento que poderíamos considerar patológica a depressão causada por uma perda.
O luto é um processo contínuo, com cada pessoa vivenciando-o de uma forma forma diferente. Dividir o luto em 5 "fases" ajuda a pessoa enlutada a entender que as seus sentimentos são normais. Algumas pessoas passam rápido por todas as fases, enquanto outras parecem ficar "presas" numa fase específica. Resumindo, as fases do luto são as seguintes:

1- CHOQUE E NEGAÇÃO- A realidade da morte ainda não foi aceite. Ele ou ela se sente atordoado e atônito - como se tudo aquilo fosse irreal. "Não pode ser.Deve haver algum engano..."
2- RAIVA e CULPA- A pessoa enlutada frequentemente se volta contra a família, amigos, elas mesmas, Deus, ou o mundo em geral. Vão aparecer também sentimentos de culpa ou medo nesse estágio.
3-BARGANHA- Nessa fase a pessoa pede por um trato ou uma recompensa de Deus,do padre. Comentários do tipo "Eu vou à Igreja todo dia se ele voltar para mim" são comuns. Algumas religiões até formalizam estas relações na forma de “promessas”
4- DEPRESSÃO e TRISTEZA- A depressão ocorre como uma reação à mudança do modo de vida ocasionada pela perda. A pessoa enlutada se sente extremamente triste, desesperançada, inútil e cansada.
5- ACEITAÇÃO- A aceitação acontece quando as mudanças que a perda trouxe para a pessoa se estabilizam em um novo estilo de vida. A intensidade e a duração do processo de luto dependem de vários fatores

terça-feira, 25 de maio de 2010

Vampirismo e santidade

Ao ouvir do Santo Padre algo como beber o sangue de Cristo, fui tomado por estranhos pensamentos. Afinal, eu também tenho esse direito.

Beber o sangue de Cristo Salvador, no ritual da missa, traz vida, luz e esperança. Este, de quem se bebe o sangue, é o oposto de outro, que bebe nosso sangue. O vampiro, que já está morto, alimenta-se de sangue em busca da vida, que continua, para ele, na morte. Cristo, que morreu, oferece seu sangue e ressuscita para a vida eterna. O vampiro foge da cruz, para matá-lo é preciso fincar uma estaca em seu coração, uma farpa de madeira. Cristo morre cravado numa cruz, imensa estaca de madeira. A cruz, no cemitério, é uma estaca, fincada sobre a tumba do morto que abaixo descansa, em paz, no aposento do vampiro. O vampiro que da cruz foge, não descansa, mas dorme no leito dos mortos. Não pode ter contato com a luz, na qual envolto, Cristo ascende aos céus. O coração do vampiro morre pela estaca, e o coração de Cristo vive, visível nos quadros e pinturas.
Ambos parecem dizer o mesmo, de maneiras opostas. Talvez, por isso, nunca sejam vistos juntos. Noite e dia.

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:54)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dificuldades sexuais masculinas

No caso dos homens, os problemas mais comuns são a disfunção erétil e a ejaculação precoce. Ambas as situações são muito comuns, mas, ao contrário das mulheres, os homens relutam mais em admitir o problema e também em procurar tratamento. Trata-se de uma questão cultural que dificulta aos homens expor suas fraquezas. O que é uma pena, pois hoje em dia dispomos de excelentes medicações que podem resolver a maioria dos casos. Quem não ouviu falar no Viagra? É uma droga segura, eficaz, com resultados muito satisfatórios. E não é o único, existem diversos outros com efeito semelhante, ou melhor. A ejaculação precoce também é uma condição freqüente na clínica e que responde muito bem a medicamentos adequados.
Atualmente são condições totalmente tratáveis.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dificuldades sexuais femininas

"Doutor, meu problema é a frigidez. O que o senhor me recomenda?" Essa questão, colocada de maneira tão simples, tem sido um dos maiores desafios à ginecologia e à psiquiatria. Trata-se de uma confissão, mais que uma queixa médica, geralmente acompanhada de sentimentos de frustração, vergonha, mágoa e constrangimento. Seria como se a parte psíquica que desperta o interesse pelo sexo estivesse morta ou desligada.
Por uma questão acadêmica a Frigidez deve ser diferenciada a falta de orgasmo feminino. Muitas mulheres que não conseguem experimentar orgasmo continuam tendo prazer e interesse sexual. Para abordar o tema de forma mais propriada, convém tomarmos a questão dos problemas sexuais femininos, todos eles, sob a forma de Disfunção Sexual Feminina.
Na absoluta maioria dos casos, o desinteresse pelo sexo está ligado a fatores psicológicos ou sociais, sendo um dos mais freqüentes determinantes a monotonia conjugal. Também a educação que se recebeu, a falta de diálogo entre os parceiros, as práticas sexuais pouco gratificantes e até a resistência em inovar acabam minando o relacionamento e facilitam o desinteresse. O próprio fato de envelhecer e as dificuldades do cotidiano também podem interferir na satisfação sexual.

Leia tudo em: http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=91&sec=23
Um site com informações sérias e confiáveis.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Só mentirosos (e gays) não tem problemas com as mulheres

Uma leitora, irritada, pergunta: "Você não acredita que existam mulheres sozinhas e bem resolvidas? Você deve é ter problemas com as mulheres". Dou duas respostas.
Primeira: não acredito em pessoas bem resolvidas, acho que todo mundo que se diz bem resolvido é um mentiroso contumaz, mulher ou homem. No fundo, o que existe hoje é um marketing de comportamento que se apoia no consumo crescente de antidepressivos e hábitos macabros como conversar com gatos, cachorros, plantas ou extraterrestres. Só eremitas conseguem viver bem sozinhos. Amar a solidão sempre implica alguma forma de trauma ou desencanto com a vida.
Segunda: sim, tenho problema com as mulheres, quem não tem? Só os mentirosos e os gays. Os gays não têm problemas com as mulheres porque são indiferentes a elas. Ser bem resolvido com as mulheres é ser gay. Para o gay, a mulher é obsoleta. Exigir dos homens "afetos corretos" para com as mulheres é querer que todos sejam gays. O mesmo vale para as mulheres: toda mulher tem problema com os homens. Quando se trata da relação entre homens e mulheres, estamos num pântano de medo, insegurança, baixa autoestima e jogos de manipulação. O inferno do desejo.Conhece?
E por que existe tanta gente que faz uso desse marketing de comportamento dizendo por aí que "hoje temos outra cabeça"? De novo, dou duas respostas.
Primeira: eu me vendo como bem resolvido para fazer os outros se sentirem mal e com isso elevo minha autoestima. Nunca subestime a delícia que é fazer o outro se sentir mal mesmo que você não esteja se sentindo tão bem assim.Segunda: como derivação da primeira, eu me vendo como bem resolvido para elevar meu preço no mercado dos afetos e das relações.
As duas se resumem no velho pecado da vaidade. Esse é apenas um dos sete pecados capitais (caso a cara leitora queira saber mais, leia são Tomás de Aquino). Melhor do que todo o papo de luta de classes, ideologia, política dos corpos, sexismo e blá-blá-blás associados, experimente usar os sete pecados capitais para ver se eles não iluminam a chacina cotidiana em que você vive.

Extraído de uma resposta de Luis Felipe Pondé, a uma leitora, publicado pela Folha de São Paulo.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Obesidade e compulsão alimentar

O Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica é uma atitude alimentar caracterizada pela ocorrência de episódios de comer grandes quantidades de comida em intervalos curtos de tempo, sensação de perda de controle sobre o ato de comer e, em seguida, arrependimento de ter comido. Esses episódios de hiperfagia são referidos na literatura internacional com o nome de Binge Eating. O fenômeno merece toda consideração médica, já que aparece em aproximadamente 2% da população geral e, particularmente, em cerca de 30% dos obesos que procuram tratamento médico.
Os Transtornos Alimentares têm causas múltiplas, envolvendo, como quase sempre na psiquiatria, as predisposições genéticas e constitucionais, as influências socioculturais e as vulnerabilidades psicológicas pessoais.
Há em nossa sociedade, e também na maioria dos ambientes familiares, extrema valorização da estética corporal, do corpo magro, atribuindo grande culpa para a pessoa que não se encaixa no modelo estético desejável culturalmente.
A cobrança exagerada para o controle alimentar por parte dos familiares, a vigilância insistente sobre a dieta, críticas pretensamente construtivas, comparações maldosas com pessoas “esbeltas e elegantes” muitas vezes acabam causando efeito contrário do que esperavam esses familiares, ou seja, a pessoa vigiada acaba desenvolvendo algum transtorno alimentar e, entre eles, com muita freqüência a Compulsão Alimentar Periódica.
O tratamento para a Compulsão Alimentar Periódica é múltiplo, devendo envolver o uso de medicamentos, intervenções psicológicas e nutricionais.
O tratamento farmacológico para esse transtorno deve começar com um antidepressivo inibidor seletivo da recaptação da serotonina, como por exemplo, a fluoxetina, fluvoxamina, sertralina e o citalopram, que têm sido capazes de reduzir significativamente o comportamento de compulsão alimentar e o peso.
Uma curiosidade no tratamento da Compulsão Alimentar Periódica observada nos primeiros estudos, foi a forte resposta ao placebo nestes pacientes. Mas esta alta resposta, entretanto, não é um fenômeno exclusivo da Compulsão Alimentar Periódica. Ela é característica de grande parte dos transtornos psiquiátricos.