segunda-feira, 3 de maio de 2010

Obesidade e compulsão alimentar

O Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica é uma atitude alimentar caracterizada pela ocorrência de episódios de comer grandes quantidades de comida em intervalos curtos de tempo, sensação de perda de controle sobre o ato de comer e, em seguida, arrependimento de ter comido. Esses episódios de hiperfagia são referidos na literatura internacional com o nome de Binge Eating. O fenômeno merece toda consideração médica, já que aparece em aproximadamente 2% da população geral e, particularmente, em cerca de 30% dos obesos que procuram tratamento médico.
Os Transtornos Alimentares têm causas múltiplas, envolvendo, como quase sempre na psiquiatria, as predisposições genéticas e constitucionais, as influências socioculturais e as vulnerabilidades psicológicas pessoais.
Há em nossa sociedade, e também na maioria dos ambientes familiares, extrema valorização da estética corporal, do corpo magro, atribuindo grande culpa para a pessoa que não se encaixa no modelo estético desejável culturalmente.
A cobrança exagerada para o controle alimentar por parte dos familiares, a vigilância insistente sobre a dieta, críticas pretensamente construtivas, comparações maldosas com pessoas “esbeltas e elegantes” muitas vezes acabam causando efeito contrário do que esperavam esses familiares, ou seja, a pessoa vigiada acaba desenvolvendo algum transtorno alimentar e, entre eles, com muita freqüência a Compulsão Alimentar Periódica.
O tratamento para a Compulsão Alimentar Periódica é múltiplo, devendo envolver o uso de medicamentos, intervenções psicológicas e nutricionais.
O tratamento farmacológico para esse transtorno deve começar com um antidepressivo inibidor seletivo da recaptação da serotonina, como por exemplo, a fluoxetina, fluvoxamina, sertralina e o citalopram, que têm sido capazes de reduzir significativamente o comportamento de compulsão alimentar e o peso.
Uma curiosidade no tratamento da Compulsão Alimentar Periódica observada nos primeiros estudos, foi a forte resposta ao placebo nestes pacientes. Mas esta alta resposta, entretanto, não é um fenômeno exclusivo da Compulsão Alimentar Periódica. Ela é característica de grande parte dos transtornos psiquiátricos.

3 comentários:

  1. Soraya Abreu06 maio, 2010

    Então Dr. Mauricio pelo que entendi o tratamento para obesidade e compulsão alimentar é multidiciplinar, o compulsivo terá que passar por uma avaliação médica para avaliar a sua saúde e o excesso de peso. Após esta avaliação, se houver problemas psiquiátricos o compulsivo terá que iniciar um tratamento com medicação para equilibrar a química cerebral, e melhorar os níveis de serotonia e dopamina, tratando também de uma suposta depressão. Aliado a isto terá que iniciar um processo de reeducação alimentar, com uma dieta equilibrada, com refeições freqüentes e balanceadas... isso????

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  2. Concordo em genero número e grau apesar de ser leiga em medicina e outros, mas por isso faço tratamento e não me envergonho de dizer. Até entendermos o que está pegando? existe uma longa distância. O que é placebo? Amo vc. Bjs Magali

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  3. Dr. Muricio estou percebendo que comecei a 1ano com compilsão alimentar.Mas este nosso organismo é complexo mesmo.Fumei durante 24 ano e decidi parar de fumar a 2 anos e meio que não fumo,e agora esse transtorno o que é pior fumar ou comer demasiado,não queria ter nenhum tipo de transtorno,mas sei que vai ser dificil,venço um aparece outro porque???

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