No Brasil, até o ano de 1977, quando foi legalizado o divórcio, as separações conjugais constituíam, no máximo em "desquite", que permitia a separação dos corpos, mantendo o vínculo matrimonial, conforme determinação da Santa Igreja, desde os tempos do Império no Brasil. Ou seja, há apenas uma geração, os casais eram regidos por leis inspiradas na religião dos tempos de D. João VI e D. Pedro I.
Alguém se lembra do "É o Tchan"? E você, chegou
também a cantar "...delícia! delícia! Assim você me mata! Ai, se eu te
pego, ai, ai...", do Michel Teló? Essas porcarias proliferam
como uma praga, e se propagam como uma epidemia de sarampo, com a mesma
velocidade. Modismos que desaparecem tão rápido como surgiram, no esquecimento
absoluto. Puro lixo consumido por retardados.
Muito diferente do que me lembro dos anos 70, quando esperávamos
ansiosos pelos novos discos do Chico Buarque, com composições maravilhosas, que
por gerações, ao contrário de Teló, continuarão sendo lembradas. Eram letras
elegantes, simples e inteligentes, sofisticadas.
Talvez comemorando os avanços legais referentes
ao divórcio, em 1978 Chico compôs "Trocando em miúdos", música na
qual descreve as dores de uma separação, mas sem ar de tragédia como no passado,
e sim como um acontecimento triste, a ser superado, conforme a mentalidade de
então. Acontece que os censores da época, enxergavam códigos subversivos
secretos em toda parte, e a música faz menção a um livro de Pablo Neruda: "Devolva o Neruda que você me tomou, e
nunca leu". Para quem não sabe, Neruda era poeta e diplomata chileno,
comunista histórico; abriu mão da candidatura à presidência de seu país em
favor de Salvador Allende, que após eleito, foi deposto e morto por Pinochet (o homem mais injustiçado do século). O fato é, que essa
simples menção a Neruda foi o suficiente para a censura proibir a canção. Ao
tomar conhecimento do motivo estúpido da proibição, Chico argumentou com os
censores que não havia risco nenhum de subversão, pois, conforme a própria
música afirma, ela levou o livro, mas
não leu. Para nossa alegria, a música foi então liberada.
O texto tava tão bom, até chegar no homem mais injustiçado... Se tu te lembras dessa, vais te lembrar desta também: 'Acorda amor, que o dia tá nascendo agora... que aflição... é a dura de uma muito escura viatura... chame o ladrão, chame o ladrão!'
ResponderExcluirPinochet é o patrono dos injustiçados.
ExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirExcluí porque saiu em duplicata....
ExcluirNão é censura, não...
ExcluirLevei um susto,pensei que fosse!!
ResponderExcluirChico Buarque, um grande gênio do passado, como clássico, se manterá em nossa cultura.
ResponderExcluirSurpresa, o ótimo filme Franco-Italiano "O PROFETA" (sem professias!) encerrar com o tema principal da Ópera do Malandro.
Zito.
SOU SEU PACIENTE E AO LER SOBRE O QUE PENSA DE QUEM GOSTA OU OUVE MICHEL TELÓ CONFESSO QUE ME SENTI CONSTRANGIDO E SURPRESO COM TAMANHA AGRESSIVIDADE... NÃO PELA MÚSICA, MUITO MENOS PELO CANTOR.
ResponderExcluirO QUE SERÁ QUE NÃO PENSA DE MIM QUANDO SAIO DE SUAS CONSULTAS?
OU MELHOR, QUANTAS BESTEIRAS SERÁ QUE DIGO?
SERÁ QUE ME ACHA UM PERFEITO IDIOTA?
MUITAS VEZES QUANDO ESTOU ANGUSTIADO, DEPRIMIDO E OUÇO UMA MÚSICA "ENGRAÇADA" OU "BESTA" QUE NÃO PRECISA ME FAZER PENSAR E NEM REFLETIR NAQUELE MOMENTO, ISSO ME FAZ BEM... PENA QUE O MEU MÉDICO DEVE ME ACHAR UM IMBECIL POR ISSO... DEPOIS DE LER TANTAS COISAS NESTE BLOG, COMO ME SENTIR A VONTADE DURANTE UMA CONSULTA E DIANTE DAS MINHAS MAZELAS???
Tenho o maior respeito por meus pacientes, se você é um, sabe disso. Você está fazendo um comentário pertinente, mas fora do contexto. Pense em como o trato no consultório, não na minha opinião sobre uma música que considero idiota.
ResponderExcluir