Os sintomas da depressão variam muito, ela pode se apresentar de diversas maneiras, mas alguns aspectos são mais comuns. Em geral, a pessoa sente o humor rebaixado, com perda dos interesses habituais, dificuldade para sentir prazer, mesmo nas atividades que mais lhe agradavam. A tristeza é comum, e sem uma motivação clara. Perda de energia, fadiga e cansaço resultam em baixo desempenho nas tarefas rotineiras como trabalho e estudo. O rendimento intelectual cai, bem como a capacidade de concentração e memória. Pode ser difícil ler um texto, ver um filme. As tarefas que eram fáceis, inexplicavelmente tornam-se penosas, dificultando a tomada de decisões. A pessoa irrita-se com mais facilidade. O conteúdo do pensamento pode se tornar mórbido, com idéias de ruína, culpa, perda, inutilidade, desesperança. Existe uma visão negativa do mundo e de si mesmo, sensação de incapacidade. Pode haver idéias irreais de que a situação financeira caminha para o colapso, que não será possível pagar as contas. O pensamento volta-se para o passado, com sensação de culpa por coisas que se fez (ou que não se fez), fica difícil pensar sobre o futuro, fazer planos ou projetos realistas. Pensamentos recorrentes de morte podem chegar a idéias de suicídio. Em geral ocorre insônia, principalmente na madrugada. Pode haver perda de apetite e peso. A comida perde o sabor, os pacientes dizem que o mundo “deixa de ser colorido”, de ter graça.Tudo isso torna difícil o trabalho, penosa a vida social, traz sérios prejuízos ao paciente, que muitas vezes não vê perspectivas de saída ou melhora. O significado da vida sofre uma grande mudança.
Muitos pacientes são trazidos ao tratamento pela família, pois não reconhecem que estão doentes ou precisam de tratamento. A família sofre e não consegue ajudar. Diversos são os graus de intensidade, desde quadros mais leves até os mais profundos. Se não tratada, a depressão tende a se prolongar e se tornar um quadro crônico.
O difícil é reconhecer o quadro, pois muitas vezes colegas de trabalho e amigos julgam que se trate de “frescura”, falta de vontade, “fita”. Conselhos para a pessoa “se ajudar”, “levantar a cabeça”, se animar, reagir, etc, não ajudam em nada, pois a pessoa não fica deprimida porque quer, já está cansada de ouvir isso. Depressão não é fraqueza de caráter. Muitas vezes a pessoa está tão indecisa que é preciso algum familiar até para iniciar o tratamento.
A boa notícia é que existem tratamentos eficazes, que combinam psicoterapia e medicação. Os antidepressivos atuais são muito bem aceitos, sem efeitos colaterais como ganho de peso ou sonolência. Os pacientes não se tornam dependentes da medicação e costumam retomar suas vidas como antes.
É possível superar a depressão.