Nesses últimos 20 anos como médico, assisti ao fechamento dos hospitais psiquiátricos no Brasil. Acompanhando slogans, à primeira vista, "libertários" (afinal, quem seria contra libertar qualquer um que não fosse criminoso?), veio a triste realidade do abandono dos doentes mentais graves à propria sorte. Eu os vejo por toda parte, como moradores de rua, maltrapilhos, sujos, doentes, famintos, sem-abrigo. A teoria de acabar com a "opressão" da internação involuntária, de permitir o "livre exercício da cidadania" aos doentes mentais, muito louvável como intenção, mostra-se utópica nesses anos pós-Pinel. Considero o abandono dos doentes um crime social, não identifico nenhum representante político que defenda os interesses desta população.
Leiam o depoimento do poeta Ferreira Gullar, que sofreu esse drama em família, uma voz lúcida e isolada, no endereço:
http://www.portalliteral.com.br/artigos/uma-lei-errada
Em tempo: quando vejo passeatas e manifestações pela "libertação" do Tibete, fico imaginando se as pessoas que as apóiam tem alguma noção sobre a história do Tibete, da China, e do papel político e religioso do Dalai-Lama. Afinal, não seria políticamente correto ser contra a "libertação" de qualquer povo, não é mesmo?
Cosegui postar comentário com perfíl NOME/URL fazendo um macete. É dificil explicar num texto. Quando a gente se falar (por telefone ou pessoalmente) eu te explico.
ResponderExcluirOK?
Sergio
Oi Sérgio,
ResponderExcluirSou estrangeiro e acabamos de viajar algumas semanas pelo Brasil. Efetivamente, vimos na rua várias pessoas como "perdidas" e "esquecidas" pela sociedade. Talvez as instituições psiquiátricas deveriam ter sido reformadas em vez de fechadas. É triste ver pessoas abandonadas.
Abraços,
Pedro
Danellandia Peace Foundation