quarta-feira, 2 de março de 2011

Ciclistas atropelados: crime, maldade ou doença?

Em 1999, o então estudante do sexto ano de medicina da Santa Casa, Mateus da Costa Meira, disparou uma metralhadora sobre a platéia do cinema do Shopping Morumbi, ferindo 4 pessoas e matando outras três. Na penitenciária Lemos Brito, em Salvador, anos depois, tentou matar um colega de cela. Seus advogados de defesa alegaram insanidade mental.
Em janeiro, o jornalista português Carlos Castro, foi espancado, desfigurado, castrado e morto por seu suposto amante, o modelo Renato Seabra, de 21 anos, num quarto de hotel em Nova York. Depois de confessar o assassinato, ele encontra-se internado no Hospital Bellevue, na condição de paciente com “perturbação mental”.
Na semana passada, o bancário José Neis avançou seu carro sobre ciclistas em Porto Alegre, atropelando quinze pessoas. Oito estão hospitalizadas. Depois de se apresentar à polícia, internou-se numa clínica psiquiátrica para “se tratar”.
Diante de horrores assim, a sociedade, incapaz de explicá-los, tem a tendência de considerá-los comportamentos “doentios”. Afinal, não é aceitável que uma pessoa “normal” os cometa. Existe um movimento de medicalizar, “psiquiatrizar” o mal. Ao considerar o crime como manifestação de doença, de alguma forma parece que isentamos o “paciente” de sua parcela de responsabilidade no ato criminoso. Ninguém adoece porque quer, certo? Ao afirmar que o assassino de ontem é o doente de hoje, a psiquiatria flerta com a possibilidade de cura no amanhã, quem sabe, para alegria da industria farmacêutica. É uma grande ousadia da ciência, que parece querer responder uma questão eminentemente teológica: como conciliar a existência de Deus com o mal no mundo? Fácil assim: basta recorrer ao CID (Código Internacional de Doenças), no capítulo de Psiquiatria.

3 comentários:

  1. Vide o caso recente do Per. Tra. Alexandre Aleixo que foi considerado pela justiça como inimputável por seu crime. Matou com um taco de beisebol o designer H.C. Ferreira dentro de uma livraria de SP. Existem casos que os advogados de defesa se valem deste recurso. (Não sei se é o caso desse crime)

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  2. De doentes os criminosos não tem nada!!!!
    Podem ser psicopatas....mas depressivos duvido muito que sejam!

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  3. Há necessidade urgente de aumentar o quadro de Psiquiátras Forenses, só estes poderão equilibrar esta tendência de uso e abuso deste recurso escuso para fugir das "garras" da ineficiente justiça brasileira.

    Zito Pizarro

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