Maldita insônia
Eu amaldiçoo a insônia, a ela e a toda a famigerada constelação de demônios que a acompanham. Sou capaz de ouvir as risadas de Deus, nesse momento de minha agonia, em que meus fantasmas me visitam. E se comprazem de minha frágil condição humana, de minhas imperfeições, do mal que habita em mim. Maldita seja a noite em claro e seus habitantes, que vagam feito zumbis, sem pressa e s...em rumo, como os ponteiros do relógio incansável. Maldito o calor com seus mosquitos. Maldita a manhã do penoso dia que se anuncia, durante o qual, terei de, e manterei a vigília e a atenção em agonia perpétuas, na lenta espera por uma nova noite, uma nova insônia, uma nova agonia. É o castigo escolhido para mim por Zeus, diante da audácia de desafiá-lo com meu pensamento. Só não amaldiçoo a Chico Buarque de Holanda e sua “As Vitrines”, possível causa do agravamento da insônia de hoje. Obrigado, Chico, por traduzir em tão lindas palavras uma agonia tão presente e visceral. Chico Buarque é mais competente e piedoso que Deus. Boa Noite.
A insônia me persegue, parece que minha vigília foi programada para a noite. Quando acordo cedo tenho até tremores e minha produtividade é muita curta.
ResponderExcluir"Quebrando o silêncio noturno com meias palavras de pensamentos inteiros. O silêncio que quebra meu sono e parte meu dia. São imagens aleatórias que surgem sem que eu perceba, são dizeres que nem percebo que surgem."
Emil Cioran, após sete anos de insônia, escreveu "Nos Cumes do Desespero". Não que a obra seja produto apenas da insônia, mas essa foi certamente uma componente para um dos textos mais amargos e desesperadores já escrito sobre à condição humana. Sem ter autoridade para tal, eu diria, que faz Schopenhauer parecer um otimista, apenas, um pouco mal humorado.
ResponderExcluirAbraço.....Zito
Maurício , Ma..!achei lindo o texto, seja qual for a origem dela.fiquei imaginando transforma-la numa cena de teatro,seria o máximo!Abço Mané
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