segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O hipocondríaco

O problema do hipocondríaco não é estar doente, mas ter medo de estar doente, o que, de certa forma para a psiquiatria, paradoxalmente, o torna doente. O paciente traz inúmeras queixas físicas e, pior do que isso, interpreta fenômenos físicos normais, como batimentos cardíacos ou movimentos intestinais, como sendo sinais de que algo está profundamente errado com sua saúde. Costuma ter um medo irracional de morrer e uma obsessão por sintomas físicos irrelevantes. É comum que procure diversos médicos, em especialidades distintas, faça investigações laboratoriais extensas e desnecessárias, e quando é informado que sua saúde está em ordem, acha que o médico não lhe deu a devida atenção ou não é competente o bastante, passando a procurar outro, inconformado, numa busca sem fim. Quando encaminhado ao psiquiatra, muitas vezes se sente incompreendido, ofendido. Mas a psiquiatria pode ajudá-lo, pois geralmente esses pacientes apresentam sintomas concomitantes de depressão e ansiedade (que pode chegar ao pânico), às vezes extremamente incapacitante, podendo se beneficiar de uma abordagem antidepressiva com medicamentos, e principalmente uma psicoterapia empática. O hipocondríaco pode se sentir melhor com um tratamento adequado.  

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