Entre jovens que fumam maconha há seis anos ou mais, o risco de apresentar episódios psicóticos de alucinação ou delírios pode chegar a ser o dobro do verificado entre as pessoas que nunca consumiram a droga, segundo um estudo publicado no periódico "Archives of General Psychiatry". De acordo com o trabalho, quanto maior a duração do uso da maconha, maior o risco de se manifestarem os sintomas da psicose.
A pesquisa, que estudou 3.801 homens e mulheres de 26 a 29 anos, é a primeira a analisar o skunk -maconha mais forte, com maiores quantidades do ingrediente psicoativo THC (tetrahidrocannabinol). A pesquisa também avaliou 228 pares de irmãos, o que sugere que fatores genéticos ou ambientais têm menos chance de serem responsáveis pela psicose e pelas alucinações.
"Já desconfiava-se da relação entre o uso crônico da maconha e o aparecimento de casos psicóticos, mas este parece ser o primeiro estudo que dá uma base científica a essa visão que nós tínhamos", afirma Arthur Guerra, psiquiatra responsável pelo Grupo de Drogas da Faculdade de Medicina da USP.
A ONU estima que 190 milhões de pessoas usem maconha no mundo todo.
Folha de São Paulo, 03 de março de 2010
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